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domingo, 26 de julho de 2015

Resposta ao artigo do Kaskão para o UOL de 23/07/2015 - Maioridade Penal

Foi impossível não me chocar com o relato de seu passado criminoso sem qualquer arrependimento como se assaltar à mão armada fosse apenas uma travessura juvenil de um jovem de periferia.
E a idéia de que o jovem comete crimes porque não lhe ensinaram que roubar é crime previsto no código penal? Será que preciso mesmo mostrar o quanto isso não faz o menor sentido? Ou no lugar de empatia pelo próximo precisamos ensinar nossos jovens a  'como escapar com um assassinato'?
Nem precisaria falar muito para demonstrar o quanto acho pueril argumentos como falta de oportunidade quando temos boas ofertas de cursos técnicos gratuitos, FIES, Universidade para Todos ou simplesmente faculdades noturnas para quem no lugar de ficar reclamando da vida retira a bunda do sofá e vai trabalhar e estudar para construir seu futuro.
Fico feliz que tenha conseguido realizar seus sonhos, Kaskão, mas se julgarmos legítimo que todo jovem que não fez fama e fortuna como rapper resolva assaltar é melhor cada cidadão trabalhador comprar a sua AK-47. Vai ser a única maneira de chegar vivo em casa!

sábado, 25 de julho de 2015

As bitucas...

Ontem estava chegando ao trabalho e me chamou a atenção um homem que varia a rua reclamando de ter de ter de varrer tanta bituca (logo ele que não fuma).
Nesta hora eu pensei que eu seria feliz se a única coisa que o brasileiro deixasse para o outro fazer fosse apenas a sua sujeira que ele mesmo produz. Mas no país aonde ser malandro já faz parte da própria cultura e que quase todo mundo é coitado por alguma razão (ser negro, ter estudado em escola pública, ser filho de pais pobres,...) restam poucos que não se conformando de ter de viver na imundice produzida pelos outros pegam a vassoura e se põem à varrer.
Eu odeio sujeira mas não estou disposto a varrer a sujeira alheia e vocês??

sábado, 18 de julho de 2015

Mais algumas considerações sobre cotas raciais

Segue abaixo uma adaptação de uma resposta dada no Facebook à mais um texto defendendo as cotas raciais baseados em dados desconexos.
Quantos dos dados apresentados tiveram uma checagem minimamente além do superficial? Quer um exemplo de checagem superficial de dados? A maioria dos presos no Brasil é negro logo negro é tudo filho da puta?? Claro que não, mas uma análise de dados que não considere OUTROS dados faz isso. Quantos dos negros mortos pela polícia não tinham ficha policial, por exemplo? Se um menor número de negros tem nível universitário é EVIDENTE que um menor número deles tem condição de ser jornalista em um grande meio jornalístico, por exemplo.
Segundo, em um país de mestiços, como definir o que é 'negro'? O filho branco de um casal formado por um branco e um negro é um negro? Muitos de nossos brancos seriam considerados negros em outros países.
Terceiro, será que é JUSTO uma cota que privilegie o filho de um negro abastado em detrimento de um pobre branco?
Quarto, a cota não é sempre a gambiarra para não resolver os problemas de verdade? O ensino público é uma merda, a gente cria cotas para o ensino público! No lugar de resolver problemas não estamos oficializando a mediocridade? No lugar de melhor o ensino público garantindo o acesso ao ensino superior à gente que muitas vezes mal sabe ler e escrever direito?
Quinto, como resolver o problema do racismo DE VERDADE quando você o oficializa? Como explicar para o branco pobre ou de classe média porque um negro de condição similar merece levar vantagem? Porque um branco fico de imigrantes europeus pobres pode achar que merece ceder uma compensação histórica à um negro que sequer tem como garantir que NECESSARIAMENTE é descendente de escravos?
Sexto, compensação histórica? E se eu for descente de um cristão novo medieval, a quem peço a compensação histórica?


Evandro Veloso Gomes

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Recomendação literária da semana

O livro Objeções de um Rottweiler amoroso do Reinaldo Azevedo é pautado pelo estilo ferrenho (o título do livro não se furta a isso) do mesmo, perante os fatos decorrentes da política nacional. Apesar de seu português excessivamente rebuscado o autor consegue passar de forma objetiva suas opiniões e convicções de modo a contribuir ricamente para o debate político no país, um dos autores mais lidos de política no país acredito que seus textos tem grande peso e embasamento no que tange a política usando assim para endossar o discurso que este Rottweiler merece algumas horas de leitura. Entretanto não necessariamente de concordância.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O problema é do Estado! #SQN

    Aproveitando a saudável discussão em torno da recente aprovação em primeira votação pelo congresso da redução da maioridade penal e visando tirar a questão do âmbito meramente ideológico no qual ela se encontra no Brasil, vou dar a minha opinião sobre o assunto focando os aspectos práticos da questão (coisa que pouco tem sido feita).
    Muito se tem colocado o papel da negligência do Estado para com os jovens como desencadeador da violência. Mas será que isso se apoia em DADOS? Embora muito menor, podemos citar casos de jovens bem nascidos como os que puseram fogo no índio Galdino em 1997. Além disso, mesmo com a melhoria das condições econômicas nos últimos anos os índices de violência continuaram a crescer. Isso deixa claro que embora haja uma correlação entre a pobreza e a criminalidade (afinal ninguém espera ver o filho de um milionário roubando celular em cruzamento) que SÓ isso não explica os índices de violência que temos hoje. Sobretudo quando nos lembramos que a estrutura oferecida aos nossos jovens hoje é muito melhor que a oferecida à nossos pais e avós, por exemplo. Não temos deficiência de vagas no ensino público nos ensinos fundamental e médio e o acesso à saúde pública foi universalizado apenas pela constituição de 1988.
    Alguns alegam que o problema é a falta de oportunidade dos jovens. Mas com níveis de desemprego de primeiro mundo como justificar isso? Além disso, pela própria idade que estamos abortando sabemos que nenhum destes jovens teria tido a mínima condição de terem avançado em nenhuma carreira (ignore-se uma realidade rara e que, por isso, não deveria ser vista como exemplo dos jovens artistas e jogadores de futebol que enriquecem rapidamente em tenra idade) e que em qualquer país do mundo eles estariam sujeitos aos empregos mais simples e de mais baixa remuneração. Estamos responsabilizando a educação pela violência e esquecendo que ela é VÍTIMA da violência. São inúmeros os casos de professores que relatam casos de agressões em sala de aula. Recentemente, uma jovem de doze anos foi estuprada dentro da escola por outros três alunos entre treze e quatorze anos. Eles estavam tendo acesso à educação e em horário de aula. Falta de perspectiva? Com esta idade eles SEQUER poderiam estar trabalhando e duvido muito que estivessem realmente preocupados com isso nesse momento. Aliás, o que distingue neste caso a vítima de seus algozes? Estudavam na mesma escola, moravam no mesmo bairro. Provavelmente tinham a mesma condição social e o mesmo acesso aos cuidados do Estado. E ainda que se possa alegar que eram jovens pobres desassistidos pelo Estado que mensagem passamos à vítima, aos seus algozes e a outros jovens que pensam em cometer o mesmo crime quando punimos tão mal?
    Muito se tem discutido o papel do Estado em evitar a entrada destes jovens no mundo do crime. Mas e quanto aos pais? Não caberia à eles ensinar que estuprar e matar é errado? Será que não se deveria imputar a culpa justamente naqueles que tendo a responsabilidade de educar desde o primeiro momento já começam dando seguidos maus exemplos aos filhos em pequenas atitudes ou sendo coniventes com as pequenas travessuras? Será que um grande marginal não começa com uma criança um pouco mais levada à qual tenha faltado a adequada reprimenda? Talvez o erro do Estado neste caso seja justamente não implementar políticas de controle de natalidade ou retirar o pátrio poder quando percebe que os pais não tem condições econômicas ou morais de educar seus filhos.
    E a sociedade como um todo, será que ajuda ou prejudica quando faz exatamente o contrário do que os professores ensinam nas escolas: desde não jogar lixo na rua até o respeito aos demais. Será que tudo não começa pelo 'jeitinho brasileiro', esta mania nossa de achar e ensinar aos nosso jovens que é normal cometer pequenas trapaças?
    Embora certamente caiba ao Estado oferecer uma boa educação pública e lazer e oportunidade aos nossos jovens (e puni-los adequadamente quando necessário), ainda é dos pais a responsabilidade de ensinar aos filhos valores e respeito e à sociedade como um todo afirmá-los ou negá-los.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Recomendação Literária

Bem, tenho medo que as pessoas percam a capacidade de distinção entre política e corrupção em nosso país, tenho ciência que é sabido por todos que ambas estão enfaticamente enraizadas, entretanto não podemos torna-las sinônimos absolutos, e sinto que de alguma forma o Márlon Reis autor de "O Nobre Deputado" o fez, acredito sim na veracidade dos relatos descritos no texto, mas parece que de alguma forma tais relatos  modificaram a percepção do autor quanto aos fatos, acredito e enxergo que existem sim políticos comprometidos com a coisa pública, sei também que estes são minorias e que é sim de fato se manter na política de forma honesta, mas se não o fizermos como seremos diferentes de toda esta bandalheira que assola nosso país?
Mais pontual do que nunca em tempos de escândalos na Petrobras e na Fifa acho que esta leitura se faz, entretanto a reflexão que acho que deve pautar um paralelismo entre esta leitura é a reflexão de que a política não corrompe o caráter humanos, apenas o revela.