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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Escola sem Partido ou Crianças sem Direitos?

Muito já foi comentado desse projeto e o seu caráter nefasto de mordaça e de atentado ao Estado laico sobre a desculpa de um pretenso respeito. Mas uma questão muito importante tem ficado ao largo nas críticas. O projeto mencionada várias vezes o direito dos pais de escolher a formação moral e religiosa de seus filhos mas não menciona nenhuma vez o respeito às próprias vontades da criança. É como se direitos básicos garantidos pela Constituição Federal, como o direito à liberdade religiosa, de livre manifestação do pensamento, de ir e vir e de opinião simplesmente não valessem para nossas crianças e adolescentes. É como se pais fossem mais que cuidadores, tutores e educadores. É como se os pais fossem donos dos corações e mentes de seus filhos!
Claro que cabe aos pais educar e disciplinar os seus filhos, mas isso não pode significar que se encare os pais como senhores absolutos da vida e do destino dos seus filhos, impondo religiões e ideias sob a leniência de um Estado que se recusa à garantir direitos básicos para nossas crianças e adolescentes. Mas, muito além disso, que prefere cercear o acesso de crianças e adolescentes à conhecimentos pretensamente ofensivos à certas religiões. Além daqueles pais que preferem que o Estado não se meta quando tentam 'curar' homossexualidade na base da ameaça e da violência.
Nenhuma instituição, nem mesmo os pais, está acima da lei! Caso a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) não vete a lei por sua clara inconstitucionalidade, espero que o STF assim o faça. Nossas crianças merecem sua liberdade!

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=125666

domingo, 17 de julho de 2016

MinC or not MinC, that's the question!

É, eu sei que o assunto já esfriou, afinal o Temer já arregou da sua decisão de acabar com o Ministério da Cultura (MinC) e acabou voltando atrás após o protesto de alguns artistas (se a Dilma era resoluta na arte de fazer cagadas o Temer tem sido um bundão ao fazer o certo). Muito se discutiu sobre a importância ou não da cultura e o quanto isso estava atrelado à existência de um ministério. Como se a extinção do Ministério da Pesca significasse que a pesca e o peixe fossem irrelevantes para o brasileiro. E a discussão central de qual é a porra do papel de um ministério da cultura acabou ficando no n-enésimo plano.
E qual é raios o papel de um ministério da cultura? E qual o objetivo de suas políticas? Aliás, eu espero que ele tenha alguma! Muitas vezes tem se encarado um ministério quase como um cabide de empregos aonde o Estado investe em artistas quase sem público mas escolhendo quase de forma arbitrária ou clientelista os artistas que devem ser financiados, ainda que sem público, enquanto talentos sofrem com a absoluta falta de apoio. Será que o problema não é justamente imaginar que cabe ao Estado decidir o que deve ou não ter apoio mesmo sem público? E que sentido faz impor à sociedade como um todo a diversão de grupos tão rarefeitos enquanto ela sofre com ingressos caros dos espetáculos que deseja ver? Ou que tão poucos tenham acesso à aulas de pintura ou música enquanto o Estado coloca dinheiro em eventos cujos ingressos são caríssimos? Para mim todo e qualquer ministério deve ter metas claras e públicas de forma que o eleitor possa cobrar de seus gestores o seu devido cumprimento e o Ministério da Cultura não pode ser exceção. Neste caso, eu proponho duas diretrizes: a educação e o acesso. Garantir ao público em geral cursos e atividades didáticas de forma a permitir que as pessoas possam conhecer as diferentes artes e o acesso permitindo que a população de baixa renda possa ter acesso à espetáculos aos quais dificilmente não conseguiria ter acesso devido ao preço dos ingressos. A cultura sempre existiu com ou sem ministério e muito antes de que se pensasse que ela deveria ser alvo de alguma política pública. Não cabe ao governo estabelecer sustentar artistas, estabelecendo por critérios arbitrários o que raios é um artista de talento ou não, como não coube ao governo garantir o emprego de datilógrafos ou taquígrafos.
Mas, se a ação do governo na cultura deve ser basicamente de educação e acesso, então porque raios ela não poderia ser feita como um departamento do Ministério da Educação? Aliás, não seria muito melhor desta forma, transformando nossas escolas, sobretudo as da periferia em pólos de cultura, viabilizando artistas mas dando o acesso à população carente e integrada ao conhecimento? Temer seja homem e acaba logo com o Ministério da Cultura!



sábado, 16 de julho de 2016

Até quando o Estado vai ser subserviente à religião??

Mais um atentado na França e mais uma vez os políticos se apressam a fazer discursos aonde dizem que isso é um ato alguns fanáticos e que não deve ser atribuído ao islamismo. Mas como dissociá-lo da religião quando se alega cometê-lo em nome de deus e gritando 'allah akbar'?? Essas pessoas não frequentavam mesquitas francesas? Como justificar que desenvolvam tanto ódio aos valores ocidentais em nome da fé sem que nenhum dos líderes religiosos de suas mesquitas não tenham percebido? Será que assim como Lula e Dilma esses líderes eram tão imbecis que não perceberam nada? Aliás, será ainda que, de alguma forma, as mensagens que eles pregavam, ainda que não fossem pela prática da violência, não incitavam o ódio e a discriminação? Ou será que talvez para esses fanáticos uma real mensagem de amor e fraternidade não teria de alguma forma feito com que essas pessoas não tivessem a audácia de usar a religião como desculpa para justificar a sua raiva da sociedade?
Tudo isso seria mera divagação se não soubéssemos que muitos das pessoas que saíram da Europa para lutar pelo Estado Islâmico foram recrutadas dentro de mesquitas na Europa. Ou que líderes islâmicos tenham sido omissos ou tímidos ao condenar o atentado no Charlie Hebdo porque, no fundo, achavam que os cartunistas mereceram o 'justo castigo' por ofenderem o 'profeta'.
Mas se está tão claro que, de alguma forma, por ação ou omissão os líderes religiosos são culpados pelos atos bárbaros de seus fiéis então porque o governo mantém o discurso de que o problema é apenas o Estado Islâmico e não a religião em si?! Em nome do respeito às religiões e ao receio de contrariar parcelas grandes da sociedade e, talvez, até de países aliados, se tem optado por uma postura omissa com o que se passa dentro de igrejas, mesquitas e qualquer outro templo religioso, quase como se fossem lugares à parte à própria lei ou ao Estado. Tivemos coragem de separar Igreja e Estado há mais de trezentos anos, mas ainda estamos receosos de deixar claro para os religiosos, supostos portadores da 'verdade suprema' de que sua 'verdade suprema' está sujeita às leis do Estado Laico. Talvez isso pareça pouco importante porque a evolução do humanismo forçou as religiões ocidentais à aceitarem os valores humanistas dos novos tempos, mas é idiotice imaginar que todas as religiões e correntes religiosas incorporaram em suas doutrinas todos os valores do humanismo. Precisamos parar de temer o maldito politicamente correto e entender que não basta separar Igreja e Estado mas que é necessário sujeitar a Igreja ao Estado, não como forma de mera servidão mas de submissão às leis de seus respectivos países.
Talvez isso pareça um pouco abstrato demais para nós, brasileiros, afinal não temos problemas com o terrorismo e uma parcela ínfima da população é muçulmana. Mas isso é um mero embaçamento da visão de quem é capaz de enxergar o cisco no olho alheio mas não a trave no próprio. A bancada evangélica já deixou claro que quer impor a observância do cristianismo mais estrito nem que se seja por força da lei. Pastores não se preocupam em deixar claro o respeito à quem não segue as doutrinas de suas igrejas e, muitas vezes, até incentivam a visão estereotipada das religiões e grupos alheios à sua fé. Ainda mais, não condenam os atos de violência contra gays e minorias religiosas chegando, inclusive, à incentivá-los veladamente. Mais ainda, se opta pela conivência por casos claros de violação da lei como o curandeirismo, o charlatanismo ou as igrejas com fins lucrativos. Com um cenário destes outros claros atentados ao Estado Laico parecem até pueris como as tentativas de impor o ensino religioso, os cultos celebrados em prédios públicos ou os passaportes diplomáticos concedidos à líderes evangélicos.
Será que falta muito para impor o Estado à Igreja??


domingo, 3 de julho de 2016

O efeito manada do cotidiano...

Estava em um churrasco dia desses e por estar dirigindo me recusei a ingerir álcool, erroneamente as pessoas que ali estavam entendiam que eu fazia esta escolha por medo de ser multado ou as sanções as quais tal fato me tornam apto, ocorre que isso é só uma consequência, o que me motiva a não misturar álcool e direção é a questão de conduta e caráter, saber que quando estou sob o efeito do álcool estarei alterado significativamente para dirigir e que o meu prazer pela ingestão do mesmo não pode ser prerrogativa para colocar outros em perigo, partindo então desse pressuposto que só introduz o que realmente pretendo descrever vamos ao tema de fato: Todos ali presentes pareciam de fato motivados a me persuadir a ingerir álcool, com diversas alegações, desde que não tinham blitz até de que um copo só não faria mal.
Não consigo entender duas coisas presentes nessa situação: A primeira é a falta de senso de dever cívico (iludido eu esperar isso) e a segunda é esse desejo enfadonho em me persuadir a fazer  algo única e simplesmente porque todos fazem. Acho que isso só reforça o conceito do efeito manada e do déficit cultural que vivemos no pais e que só me leva a crer que: pior do que fazer o errado é querer evangelizar mais um pro bonde.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Viramos piada, revolta ou reflexão?


Não tenho o que dizer, apenas compartilhar este vídeo e deixar que façam suas reflexões pessoais, é triste ouvir essas piadas e não ter argumentos pois sabemos que viramos piada porque somos mesmo piada